A Vale (VALE3) assinou um contrato de longo prazo com a Tesla (TSLA34) para fornecimento de níquel classe 1 nos Estados Unidos, a partir de suas operações no Canadá, informa comunicado desta sexta-feira (6).
Com isso, a mineradora brasileira confirma ser a nova fornecedora de níquel da empresa de Elon Musk. No final de março, a agência de notícias Bloomberg já tinha antecipado a informação ao divulgar que a Vale foi a solução que a Tesla encontrou para contornar a escassez mundial de níquel, que perdura desde a pandemia e se agravou com a guerra na Ucrânia.
De acordo com a Vale, o acordo está em linha com a estratégia da empresa de ampliar sua exposição à indústria de veículos elétricos, alavancando sua baixa pegada de carbono e posição de liderança no mercado como maior produtor de níquel acabado da América do Norte.
“Temos o prazer de ter a Tesla, líder em produção de veículos elétricos, entre nossos clientes. Esse acordo reflete um compromisso compartilhado com sustentabilidade e mostra muito claramente que somos o fornecedor preferencial para produtos de níquel de baixa emissão de carbono e alta pureza, essenciais para baterias de longo alcance”, disse Deshnee Naidoo, vice-presidente executiva de metais básicos.
Tesla quer crescer com níquel da Vale
Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as sanções contra o país de Vladimir Putin fez o preço do níquel disparar mais de 70%, renovando as máximas históricas em US$ 86,7 mil a tonelada, visto que a Rússia produz 17% do níquel mundial.
E não só. Os preços de outros metais usados na fabricação de carros também dispararam, como o alumínio, paládio e lítio, o que prejudica as operações da Tesla. Para este ano, a montadora de veículos definiu a meta de aumentar sua produção de veículos elétricos em 50%, e para isso precisa de mais níquel.
Logo, a empresa de Elon Musk está interessada em um item específico da Vale: o níquel que vem do Canadá. As operações da mineradora no país produzem o níquel de menor emissão de carbono do mundo.
Com o arrefecimento da pandemia ao redor do mundo, a montadora quer correr atrás do tempo perdido, ainda que a a produção de vários componentes vitais para a indústria automotiva ainda não tenha se recuperado, caso dos chips e metais para baterias.
Para a Vale, é um passo importante no objetivo de atingir de 30% a 40% de vendas de níquel Classe 1 para a indústria de veículos elétricos.
Por Monique Lima
Conteúdo publicado originalmente no SUNO Notícias